Brasil é o país com mais ataques de malwares da América Latina

 O Brasil lidera o ranking de ataques de malwares na América Latina, segundo estudo realizado pela empresa de segurança Kaspersky. Entre agosto de 2021 e 2022, o país sofreu 1.554 tentativas de infecção por minuto, enquanto toda a região soma 2.366. Como grandes vilões causadores destes números estão os golpes bancários e de phishing, que rouba dados pessoais. As informações foram apresentadas na 12ª Conferência Latinoamericana de Cibersegurança, realizada na República Dominicana na última terça-feira (15).



Para o chefe de equipe de investigação da Kaspersky Fabio Assolini, a liderança do Brasil nesse ranking é justificada pelo tamanho da população - a maior do continente -, mas não só por isso. Ele também atribui a uma baixa educação digital frente a uma digitalização rápida por conta da pandemia, que aumentou o número de compras online e o uso de bancos pelo celular.

“Pessoas com pouco conhecimento foram expostas a essa nova realidade. Muitas vezes elas se tornam vítimas fáceis. Isso põe o Brasil hoje como um dos países que mais sofrem ataques de phishing e que mais tem infecção de trojans bancários tanto no celular quanto no desktop”, explica.

Muito populares no país, os golpes de phishing cresceram 12% no Brasil e somam 21,8 milhões até agosto de 2022. No ranking mundial, ocupamos a 6ª posição. Esse tipo de crime utiliza engenharia social, quando os bandidos fazem uma espécie de manipulação psicológica ao usar como iscas temas sensíveis ou chamativos para a vítima. O objetivo é roubar dados pessoais, senhas, informações de cartões de crédito e mais.

No top 3 de categorias de ataque mais usadas em 2022 estão bancos (27%), redes sociais (22%) e serviços web (18%). Em um dos modos de atuação, para atrair a atenção da vítima, são oferecidos benefícios, como promoções, brindes, downloads e mais, de temas populares e em alta no noticiário. Um que já está sendo utilizado - e deve ser ainda mais - é a Copa do Mundo do Qatar 2022.

Já os ataques financeiros, muito populares no Brasil, estão sofrendo uma queda devido ao aumento do uso de serviços de banco pelo celular. São 5.216 ataques por dia na América Latina, frente a 6.394 das ameaças via celular. No entanto, o que é interessante notar é que sete dos 12 trojans mais utilizados no continente foram criados por criminosos brasileiros. São eles: BestaFera, ChePro, Banbra, Ponteiro, Javali, Casbaneiro e Vadokrist.

Segundo Fabio Assolini, essas ameaças já são criadas há 22 anos em território nacional, o que dá uma certa “experiência” ao bandido. Com a saída de grupos do Leste Europeu para trabalhar com ransomware (atividade que dá mais lucro), os brasileiros aproveitaram a oportunidade para ocupar esse lugar vazio.

Para se ter uma ideia, atrás do Brasil no ranking de ameaças por malware está o México, com 298 ataques por minuto. O Peru completa o top 3, com 123 ataques. Depois de um crescimento de 64% entre janeiro a setembro de 2020 nas tentativas de golpes com malwares, o continente latinoamericano teve uma queda de 39% até janeiro de 2022, quando voltou ao patamar pré-pandemia. No entanto, os criminosos viram oportunidades na retomada econômica e, de janeiro a agosto de 2022, o número cresceu 30%.

As principais portas de entrada para esses ataques na região são pirataria e anúncios indesejados. Utilizar programas crackeados ou não oficiais permite que os computadores ou celulares estejam vulneráveis para receber as ameaças. Outro ponto necessário é ficar atento ao download de apps mesmo na loja oficial do Google, a Play Store, que ainda oferece muitas aplicações com potencial malicioso. Portanto, a máxima para evitar os golpes online é ter sempre um antivírus instalado e atualizado e desconfiar das ofertas muito chamativas e vantajosas.

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