"Com licença, você pode me dar a senha do wifi?" Se você nunca fez ou se nunca lhe fizeram essa pergunta, é porque você vive literalmente desconectado.
O Wi-Fi, WiFi ou simplesmente wifi surgiu no mercado em 1997. É um sistema de conexão sem fio, dentro de uma determinada área, entre dispositivos eletrônicos, para acessar a internet.
O wifi é baseado no IEEE 802.11, um grupo de protocolos sem fio criado pelo Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos, uma associação mundial dedicada à padronização e desenvolvimento em áreas técnicas. Segundo estimativas da organização sem fins lucrativos Wi-Fi Alliance, que é dona da marca wifi, ao longo de 2022, quase 18 bilhões de dispositivos habilitados estarão em uso.
O valor econômico global do wifi é estimado em US$ 3,3 trilhões (R$ 17,6 trilhões) em 2021. Em 2025, espera-se que esse valor atinja US$ 4,9 trilhões (R$ 26,1 trilhões), segundo um estudo.
O wifi também elevou as exigências por conexões mais eficientes, confiáveis e seguras, em cenários híbridos ou de trabalho remoto, de sistemas complexos de conectividade em casa e nas empresas, e da internet das coisas.
Em um mundo cada vez mais conectado, nos perguntamos: qual será o futuro da conectividade? O que virá depois do wifi?
É importante lembrar que, embora o wifi tenha se tornado onipresente no mundo desenvolvido nas últimas duas décadas, ainda existem muitos lugares do planeta sem essa tecnologia e sem acesso à internet.
Por exemplo, estima-se que 244 milhões de pessoas na América Latina (ou um terço da população) não tenham acesso à internet, de acordo com um estudo de 2021 do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Microsoft.
Mas, depois da pandemia de covid-19, a conectividade ganhou impulso, Muitas novidades tecnológicas por parte de governos e organizações ajudaram a levar conectividade a áreas remotas.
Em áreas remotas da Índia e do Canadá onde foram implementados sistemas mistos de conectividade com satélites, fibra ótica e sem fio. A Cidade do México recebeu em 2021 o Recorde Mundial do Guinness como cidade mais conectada do mundo, com 21,5 mil pontos gratuitos de internet.
Desde o lançamento do wifi, os padrões evoluíram continuamente, melhorando a velocidade, acrescentando novos recursos ou tecnologias e um novo nome de identificação.
O 802.11ax, ou Wi-Fi 6, é a atualização mais recente, lançada em 2021. Esse padrão oferece velocidade ultrarrápida de 9,6 gigabit por segundo (Gbps) e suporta bandas de frequência de 2,4 gigahertz (GHz), 5 GHz e 6 GHz e canais amplos (80, 160 MHz), entre outros recursos.
Mas ele ainda não está amplamente disponível no mercado.
Os engenheiros já estão trabalhando no próximo passo, o 802.11be ou Wi-Fi 7, com recursos aprimorados que prometem ser "um marco importante", de acordo com um relatório do grupo de trabalho de junho de 2022. Tudo parece indicar que não há limites para o wifi.
Os avanços no wifi não apenas melhoram a velocidade, como também permitem que muitos dispositivos se conectem ao mesmo tempo e mantenham essa velocidade.
Embora o wifi ainda tenha muito espaço para crescer e seja a tecnologia mais estável para conectividade, existem algumas alternativas que podem complementá-lo ou talvez até substituí-lo no futuro.
Até o final de 2026, o 5G deverá responder por cerca de 43% dos pacotes de assinatura na América Latina, de acordo com um estudo da Ericsson. Mas os custos costumam ser mais altos.
Existe também a possibilidade de transmissão de dados através da luz. O Li-Fi pode fornecer acesso à Internet cem vezes mais rápido que o wifi tradicional, com velocidades de até 1 gigabit por segundo (Gbps).
A desvantagem dos roteadores wifi tradicionais é que vários dispositivos no mesmo espaço podem interferir uns nos outros. Já o Li-Fi pode usar várias luzes em uma residência sem interferência, diz seu criador.